terça-feira, 10 de março de 2009

Canto XVI



















Um leopardo

azul me conduz

pelo dorso da noite.

_

O que quer que fosse – o liso

algodão dos lábios, a almofada

volúvel do sorriso.

Lâmpadas

ardendo sob

as devolutas pálpebras.

_

Morangos

eram

tuas pupilas

brancas.

_

Eu te baptizo: hidrângea

é teu nome – cesto

de água, idioma

e intriga do perfume.

_

Para nenúfar

sobrava-te água.














Foto Hugo Joel / Textos Albano Martins, in A Margem do Azul

3 comentários:

  1. Do Albano Martins tinha lido ou ou outro haiku. Adoro o 2º poema e fiquei contente por aprender que se pode chamar hidrângea à hortênsia.

    Hugo Joel, fotografas bem o feminino, entendes a voluptuosidade inerente.

    um abraço

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  2. Dinisinho, és um amor de comentador!

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